domingo, 7 de dezembro de 2014

Em defesa dos artífices da Ladeira da Conceição da Praia. Todas e todos lá! Dia 8, segunda-feira, às 8h

Desde julho o vereador Hilton Coelho (PSOL), membro da Comissão da Reparação da Câmara Municipal, acompanha a resistência e a mobilização dos ferreiros, serralheiros e marmoristas da Ladeira da Conceição da Praia. Nesta segunda-feira (8), a partir das 8 horas, os artífices do local realizam uma manifestação e todas as pessoas e entidades estão convidadas a participar do evento.
O ato dos artífices ocorre no simbólico dia 8 de dezembro, dia dos festejos de Nossa Senhora da Conceição da Praia, visando o cumprimento, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), das garantias que foram dadas: permanência nos Arcos da Ladeira, retomada da negociação e assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelo órgão e construção do projeto de revitalização com ampla participação dos ferreiros, serralheiros e marmoristas.
“Reafirmamos nosso apoio militante a este ato de resistência porque somos contra a gentrificação, a exclusão e o racismo institucional embutidos na tentativa de expulsão dos trabalhadores do local ocupado de forma ancestral desde o século XIX. Contestamos e repudiamos tudo desde o início. A maneira como foi feita a ordem de desocupação entregue no dia 15 de julho é uma fraude e nada de concreto foi informado que possa dar garantia aos moradores e trabalhadores. Existem pessoas que moram aqui há décadas”, avalia Hilton Coelho.
Desde o recebimento da ordem de desocupação forçada a resistência vem sendo construída, inclusive com a participação em diversas mesas de negociação, na qual o Iphan se comprometeu a construir o projeto de reabilitação visando a permanência nos Arcos da Ladeira. Ocorre que, sem maiores justificativas, o Iphan retirou-se da negociação, deixando de comparecer na última reunião ocorrida no dia 14 de novembro, circunstância que enfatiza a permanência da ameaça de remoção.
“Nossa opinião é da existência de racismo institucional. Há centenas de imóveis desocupados no Centro Histórico de Salvador. Por que não adaptar algumas destas muita casa para hospedar artistas ou quem quer que seja começando pelos casarões em ruína do outro lado desta mesma Ladeira da Conceição? Não seria lógico primeiro restaurar o que está abandonado na mesma ladeira? Obviamente existe um megaprojeto de alguns empresários ligados ao poder que sonha em ‘reabilitar’ todo o centro de forma especulativa: 2 de Julho, encosta do Contorno até o Plano Inclinado Gonçalves. Estaremos presentes à manifestação e convidamos todas e todos a participarem”, finaliza Hilton Coelho.

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